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CEDOC E PPGE APRESENTAM: PPGE FAZ 50 ANOS!

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São conhecidos os versos de Antônio Cícero do poema Guardar. Ele nos lembra que guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la. Guardar é, de outro modo, poder olhar e admirar – colocar à vista. Ser pela coisa iluminado. Cuidar.

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Por isso, no Centro de Pesquisa, Memória e Documentação da Faculdade de Educação da UFMG (CEDOC-FaE/UFMG), temos nos dedicado à tarefa de guardar os documentos, no sentido dado por Cícero, velando por eles. No Centro, cuidar de um documento significa recebê-lo, higienizá-lo, guardá-lo, preservá-lo. Alguns hão de perguntar: para que? É também um poeta, Manoel de Barros, a quem recorremos para responder a essa pergunta:

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“Eu tinha vontade de fazer como os dois homens que vi sentados na terra escovando osso. No começo achei que aqueles homens não batiam bem. Porque ficavam ali sentados na terra o dia inteiro escovando osso. Depois aprendi que aqueles homens eram arqueólogos. E que eles faziam o serviço de escovar osso por amor. E que eles queriam encontrar nos ossos vestígios de antigas civilizações que estariam enterrados por séculos naquele chão.”

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Guardamos cuidadosamente para podermos encontrar vestígios. Sinais de histórias que, entre-poeiras, podem se esconder. Mas precisam ser encontrados, contados e ouvidos. Para nós, que nos dedicamos a cuidar desses documentos, significa, também, expô-los. Colocá-los à vista para muitos olhos.

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Foi esse o desafio de comemorar os 50 anos do Programa de Pós Graduação em Educação (PPGE), num período pandêmico, e com uma exposição. As caixas que guardavam os documentos do PPGE, quando ele era ainda um projeto (ou um sonho?), estavam nas prateleiras de um arquivo, estavam à espreita, à espera de quem cuidasse delas.

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Juntando esforços, CEDOC e PPGE resolveram espanar as poeiras e trazer à tona esses documentos, no ano do jubileu de nossa pós-graduação. Encontrar os documentos de seus primeiros anos, cuidar deles e expô-los, é apenas uma parte do que ainda precisa ser feito e do que, potencialmente, poderá ser feito, pelas mãos dos pesquisadores.

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Para um primeiro movimento, dentre tantas possibilidades, escolhemos falar, sobretudo, de seus primeiros anos de vida (1970-1973). Mas, sabemos, não se chega aos 50 impunemente! Em cin-quen-ta anos muito se fez, muito se produziu, muito se pesquisou, muito se escreveu, muito se falou... e é preciso vermos e ouvirmos, pessoas e documentos, que nos contam sobre essas histórias. Saramago, em uma de suas epígrafes, nos convoca: “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.”

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Reparem: O PPGE faz 50 anos e tem muitas histórias a espera de quem as ouça e, sobretudo, de quem as contem!

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Andrea Moreno

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