Segundo ano da pandemia pelo Coronavírus. Dezesseis meses.
Hoje contamos incontáveis mortes. Como contar mortes? O quanto conta cada morte? Mas os números dizem que hoje são quatrocentas e vinte e duas mil mortes. A necroregistradora registrou.
Em tempo outros, acreditávamos que não precisaríamos contar, nem os vivos nem os mortos. O que se guardou, foi por acaso. É imperioso voltar e reparar o erro. Registrem! Testemunhem! Não confiem na tecnologia que mostra que tem memória curta para a longa duração. Não permitam que nos escondam atrás de cifras e abreviaturas. O que de melhor escutei sobre esta Faculdade, sobre a nossa Universidade, sobre uns e outros foi contado entre gargalhadas, uísques, e cervejas. Houve lamentáveis velórios também. Memória impalpável.
Registrem, guardem.
E lembrem-nos, para que não nos esqueçamos.
*Pesquisadora e professora de História da Educação. Concurso Público realizado em 1970 para o cargo de Auxiliar de ensino. Auxiliei o melhor que pude a Professora Ana Maria Casasanta Peixoto; mas também fiz das minhas.
Segui, depois disso, meus às vezes desatinados passos, sempre muito afinada com os passos da UFMG. Como já disse, tudo que tenho e tudo que não tenho devo a ela. Procurei dar minha colaboração (nunca foi cota de sacrifício) a trabalhos administrativos como chefe de departamento, coordenadora da pós graduação e membros de muitos colegiados. Assim fica escrito. Do resto, por favor, lembrem-me.
Eliane Marta Teixeira Lopes
Professora do PPGE
(1970-1998)